O mundo em que vivemos hoje está em constante movimento. Inclusivamente, há quem lhe chame um caos (des)organizado, sendo caracterizado pela crescente globalização e interdependência. Na verdade, trata-se de algo que não precisamos de lhe dizer, visto que já deve ter experienciado na pele este caos, especialmente no seu quotidiano de trabalho! Mas não se preocupe, o caos é uma característica indissociável do mundo VUCA (ou, em português, VICA) em que vivemos!
VUCA é um acrónimo, introduzido pela Faculdade de Guerra do Exército dos EUA, que descreve a natureza dinâmica da realidade em que vivemos. Como tal, descreve o mundo, em geral, e o mercado de trabalho, em particular, como sendo volátil, incerto, complexo e ambíguo. Ora, a volatilidade refere-se à natureza, velocidade, volume, magnitude e dinâmicas da mudança. Basta olharmos para o fenómeno das novas tecnologias para comprovarmos este conceito. De facto, os produtos desenvolvidos pelas TIC têm um ciclo de duração bastante baixo. Se hoje é lançado um novo iPhone com um sistema operativo de vanguarda, daqui a menos de 1 ano esse iPhone já estará ultrapassado! Já a incerteza diz respeito à diminuta previsibilidade dos problemas e dos eventos. Por exemplo, os taxistas tinham já o seu negócio estabelecido quando, de repente e sem aviso prévio, surgiram os Ubers! Mesmo no seu dia a dia já deve ter sentido a frustração que é querer marcar um voo e não conseguir prever o seu preço. Se às 13h a viagem está a 50€, às 14h poderá estar a 200€! Por sua vez, a complexidade aborda a questão do caos que assola qualquer organização e a mescla de problemas que se vai criando, sendo difícil determinar quais as suas causas. Isto é muito visível em empresas que trabalham em vários mercados internacionais e que têm que ter em conta todos os regulamentos dos vários países, bem como as suas tarifas e valores culturais. Por último, a ambiguidade expõe a imprecisão da realidade e as duplas interpretações que as situações podem ter. Isto é, se quisermos, por exemplo, fazer uma palestra motivacional numa cultura que não a portuguesa, devemos adaptar o nosso discurso nesse sentido, visto que os exemplos ou as piadas que são bem aceites pelo público português poderão ser interpretados como insultuosos por outras culturas!
Temos que ser ágeis! Agile learning é o mindset! E o que significa ser um agile learner? Um agile learner é alguém que, mesmo num contexto organizacional que já lhe é bastante familiar, procura alternar entre momentos de trabalho propriamente dito e momentos de aprendizagem. Isto é, refere-se à intensidade e rapidez com que nós, trabalhadores, nos educamos continuadamente, de modo a adquirir novas skills. Significa, portanto, que devemos preocupar-nos em desenvolver constantemente a nossa competência. Como tal, não devemos ter medo de fazer perguntas, de dizer que não sabemos, de procurar saber mais. Este é um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo. É expectável que não saibamos tudo. Estamos todos no mesmo barco; o distingue os que naufragam dos que sobrevivem é a agilidade com que se ajustam e respondem às diferentes marés que vão aparecendo!
Este artigo foi escrito por: Adriana Couto | Trainee de Psicologia @Team Building