A formação remota, com recurso a plataformas colaborativas como o Microsoft Teams ou o Zoom, tem-se tornado cada vez mais recorrente, consequência dos atuais constrangimentos pandémicos. Muitas organizações estão a deparar-se com esta novidade; noutras, há muito que tal já estava implementado na sua cultura e modus operandi. As experiências positivas estão a trilhar um caminho que fazem desta abordagem, não uma solução de recurso – como num primeiro momento – mas numa alternativa, com inúmeras vantagens, que perdurará para além deste atual contexto.

Ainda assim, do ponto de vista de quem dinamiza, neste caso os formadores – preferimos a palavra facilitadores – ter os participantes à distância de um monitor é algo desafiante! Obriga a redesenhar o percurso formativo e as experiências a proporcionar, sempre com a fronteira das funcionalidades das plataformas. Ainda mais para quem privilegia exercícios em grupo onde a presença física, o toque e a interação são eles próprios conteúdo experiencial dos temas a abordar. A experiência que temos tido em levar a cabo workshops de temas comportamentais – como negociação, liderança, comunicação, gestão do tempo, do stress ou das emoções, entre outros – em contexto online tem sido bastante positiva e com resultados interessantes, para todos os envolvidos no processo. A parte tecnológica não deve ser descurada, ou colocada para segundo plano, pois é a base e que em muito contribui para os resultados da ação. De facto, importa validar se todos os participantes têm microfone e câmara a funcionar, boa ligação à internet, estarem num local sossegado onde possam estar de “corpo e alma”, se têm conhecimento da aplicação onde a formação decorre são os aspetos fundamentais nesta análise de pré-requisitos.

De facto, e tratando-se de formação à distância síncrona – live training, ou seja, facilitadores e participantes encontram-se em simultâneo no mesmo tempo e espaço virtual – verificamos vantagens específicas desta forma de organizar a formação, nomeadamente: 1) A Organização consegue dar formação mesmo com os colaboradores em teletrabalho; 2) Não há perdas de tempo nem de dinheiro associadas a deslocações ou estadias quer de formandos quer dos facilitadores; 3) O acesso de cada participante a um computador abre portas a um conjunto de outros recursos pedagógicos e de gaming que corretamente ligados aos temas potenciam as competências a desenvolver; 4) Em projetos onde os elementos das equipas se encontrem dispersos por diferentes geografias esta possibilidade é bastante eficaz no processo de integração, de harmonização de práticas de trabalho, de comunicação e/ou interação no projeto; 5) As dinâmicas realizadas, os debates em grupo ou os role-plays que aqui também se fazem para além de técnicas pedagógicas ajudam a promover momentos positivos entre todos, de partilha de opiniões, de angústias e até de ventilar emoções…!

Para além de todas estas vantagens, há uma transversal quer estejamos a falar de formação remota ou presencial: desenvolver competências, dando ferramentas às equipas para melhor se prepararem para os sempre surpreendentes desafios de uma sociedade onde a mudança é única constante…!

Artigo escrito por Vera Fernandes